Família Wilberth: de Longkamp para Colônia Santa Isabel

Uma Longa e Trágica Viagem    

 

A ORIGEM  

Longkamp é considerada, atualmente, o portão de saída do Hunsrück para a região do Rio Mosela.  

Um assentamento romano deu origem ao povoado que foi citado pela primeira vez num documento no ano de 1030. O nome vem da expressão latina longus campus que significacampo comprido.  

Aninhada em uma paisagem encantadora, cercada por florestas e prados, a cidade e seus arredores oferecem uma ambiente especial para os amantes da natureza.  

Está a 410 metros acima do nível do mar.  

A população é de 1.194 pessoas (31 de dezembro de 2006) e ocupa uma área de 1.150 hectares, dos quais 435 são florestas e 450 terras aráveis. São católicos e a paróquia dedicada a Santo André. O coral Santa Cecília, a mais antiga associação da comunidade, fundado em 1705, destaca-se com prêmios nacionais.  

Atualmente, o carnaval, chamado de Fasching, é celebrado sob forte frio, com desfile de carros alegóricos, fantasias, bandinhas, muito vinho e animação.

Nessa aldeia pacata, com uma paisagem levemente ondulada, no Hunsrück, Renânia, atual Alemanha, morava a família de Johann Wilberth¹ que emigrou para o Brasil em 1846.

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¹A grafia do nome da família está de acordo com o registro de óbito de João Wilberth, júnior, que foi sepultado no cemitério público da igreja matriz do Desterro da Ilha de Santa Catarina, no dia 29 de dezembro de 1846. Este nome também é encontrado com as seguintes variações: Wilbert; Wilpert; Vilpert e Vilbert.

 

A EMIGRAÇÃO PARA O BRASIL

Johann Wilberth nasceu em Longkamp em 1797. Era católico, agricultor e casado com Apolonia Schettgen Zimmer, nascida em 16 de maio de 1803 em Longkamp.

Com os filhos grandes e viúvo, viu que tinha chegado a oportunidade de mudar. Aqui não havia futuro para ele nem para os seus filhos. O Hunsrück viu os seus filhos emigrarem, inicialmente, para a África e depois para a América do Norte e do Sul.

O aumento populacional e a excessiva divisão da terra disponível para a agricultura foram os motivos principais da emigração. As propriedades já eram pequenas e a medida que os filhos se casavam elas iam sendo divididas. Em algumas regiões, o filho mais velho, ou mais novo, ficava com a propriedade e os irmãos eram abandonados à própria sorte.

As vantagens que o governo brasileiro oferecia às famílias que se quisessem estabelecer como colonos eram irresistíveis. Ele se encarregaria da passagem marítima e da alimentação durante a viagem e, uma vez no Brasil, seriam assistidos com utensílios agrícolas, com as primeiras provisões e com um subsídio até que estivessem em condições de eles mesmos proverem as suas necessidades.

As promessas do governo brasileiro, entretanto, transformaram-se em pesadelos para muitos. Inicialmente face à ganância dos agentes que participaram da arregimentação, do transporte e da alimentação. Depois na Colônia as dificuldades seriam ainda maiores pela falta de infraestrutura e de agentes capazes de dar o mínimo de atendimento.

Johann emigrou com os seus filhos: Nikolaus, 20; Anna Maria,18; Maria 16 e Johann 14 anos. Vieram também com ele Margaretha, 44 anos e Pedro Jochem, 26 anos, provavelmente parentes seus.

De Longkamp, no Hunsrück, então pertencente ao Reino da Prússia, até Dunquerque, na França, a distância é de aproximadamente 400 quilômetros. Parte foi percorrida de trem, pois a França havia inaugurada a sua primeira ferrovia entre Lion e St. Etienne em 1830. Dali ao Rio de Janeiro, a distância é de um pouco mais de 9.000 quilômetros. Um navio a vela, dependendo de ventos, tempestades e calmarias, levava entre um mês e meio a dois meses.

Em Dunquerque, a família embarcou, num domingo, com outros emigrantes no brigue – navio a vela – Sardo Erídano, totalizando 220 pessoas. Era 18 de outubro de 1846.

Com o vento favorável, navegaram para o alto mar em direção ao Brasil.

Mathias Schmitz, com vinte anos de idade, acompanhou a família nesta viagem e escreveu O DIÁRIO DO IMIGRANTE.

 

VIDA A BORDO

O conforto de tripulações e passageiros não constituía prioridade nos navios daquela época. Eles compartilhavam o exíguo espaço disponível com a carga, materiais e equipamentos de reposição e até com animais vivos. Este ambiente promíscuo era gerador de comportamentos agressivos e depressivos.

A tripulação dos navios era formada por homens rudes que se faziam ao mar muitas vezes contrariados ou iludidos por um sonho ou aventura. Alguns levados à força, “maus filhos de boas famílias” como registraram historiadores da época.

Os víveres eram embarcados de acordo o planejamento da viagem, rota, e tipo de embarcação.

A alimentação e a água potável eram problemas constantes. Então, mesmo em condições normais, os alimentos eram racionados. Ainda que se recorresse à pesca, a dieta a bordo centrava-se no consumo de biscoito, embutidos e alimentos salgados – carne de porco e peixe.

Devido a cupidez dos fornecedores oficiais, os gêneros eram freqüentemente de qualidade duvidosa, o que originava a sua rápida deterioração em contacto com o calor e a umidade tropicais. Não havia reabastecimento de água durante a viagem. O racionamento da água e a sede eram uma constante a bordo.

As restrições quanto ao consumo de água levavam a condições sanitárias extraordinariamente precárias. O que, associado ao clima e à deficiente nutrição, concorria para o aparecimento e fácil propagação de muitas doenças.

Instalados na coberta intermédia, onde o ar era quase irrespirável os doentes encontravam-se entregue às sangrias e a outros rudimentares cuidados de saúde. Era comum a existência de uma farmácia, mas os remédios disponíveis revelavam-se naturalmente pouco eficazes. Os religiosos que viajavam a bordo assumiam com enorme dedicação o papel de enfermeiros, contribuindo para amenizar um cenário geral de dependência e sofrimento.

Essas eram as condições da vida a bordo, nessa viagem. Poderia tudo correr sem maiores anormalidades. Mas os 220 passageiros do Brigue Sardo Erídano tiveram uma travessia trágica. Houve falta de alimentos e de água, e a disenteria matou 27 pessoas. …O que tornou a miséria ainda mais triste foi a falta de alimentos. Mantimentos havia bastante, mas o capitão do barco não os distribuía. Nem aos doentes, mesmo pedindo-a com insistência, havia a concessão de um pouco de água quente para a sopa, quanto mais outra coisa.Quando se lhe contava quanto o doente ansiava por isto ou por aquilo, ou que isto, talvez, pudesse curá-lo ele respondia: “Nichts… kaputt, gut für die Fische” (Nada! Que leve a breca! Fará bem aos peixes!)¹ . Mesmo depois da chegada ao Brasil e o embarque no navio Bergantim Vênus com destino a Desterro as mortes continuaram: uma no Rio; uma na altura de Paranaguá e duas em Desterro.

A disenteria é um sinal de doença infecciosa ou inflamatória. O estado geral do doente se altera rapidamente devido à febre e à grande quantidade de líquido perdido, que o faz emagrecer. Pode ser causada por micróbios, por vírus e, nos trópicos, por amebas, que produz uma amebíase seguida de complicações no fígado.

O risco de transmissão deve ser reduzido isolando-se o doente e tomando-se sérias medidas de higiene com o corpo, louça e roupas do paciente. O doente deve se bem hidratado independente da causa básica.

Johann Wilberth, júnior, estava com 14 anos. Apresentando os sintomas da doença foi levado para o isolamento. Mas havia falta de água, de comida, de tudo. No Rio de Janeiro talvez pudesse receber atendimento adequado. Mas não existiam antibióticos naquela época. Talvez água em abundância e comida suficiente pudessem ajudar. E assim, a única fonte de esperança e conforto era a oração.

requiescat in pace do padre e o barulho de um corpo caindo no mar, tornaram-se rotina.

Chegaram ao Rio de Janeiro no final de novembro de 1846. Como desembarcar e levar a um hospital um estrangeiro com doença infecto-contagiosa que não tinha tratamento? Somente foram autorizados a desembarcar em Niterói, dez dias depois. De lá foram levados pelo navio a vela Vênus até Desterro, capital da Província de Santa Catarina. Um calvário que durou mais uma semana.

Cada vez mais fraco, Johann se estava despedindo.

Chegaram numa segunda-feira, 28 de dezembro de 1846. No dia seguinte ele faleceu.

No registro de óbito, o nome: João Wilberth. Foi sepultado no cemitério público da igreja matriz do Desterro, no dia 29 de dezembro de 1846.

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¹Genealogia Sul-Brasileira

 

COLÔNIA SANTA ISABEL

A ligação da capital da Capitania de Santa Catarina, então Desterro, com Lajes, no planalto serrano, sob  posse da Capitania de São Paulo, era de vital importância estratégica.

Em 1776 foi aberta uma picada partindo da foz do rio Cubatão em direção a Lajes que foi abandonada a poucas léguas além do Rio dos Bugres, por causa da impraticabilidade e do perigo dos gentios.¹

Em 14-11-1788 foi iniciada a construção do caminho das tropas para Lajes, margeando o rio Maruim – futura colônia São Pedro de Alcântara – e dada como concluída em 6-12-1790.

Em 1847, com a formação da Colônia Santa Isabel, o Governo Provincial mandou abrir uma estrada que passou a ser a nova opção da ligação entre São José e Lajes. Na verdade esta ligação fez a abertura da estrada até Taquaras, onde já passava O Caminho das Tropas que vinha pela Colônia São Pedro de Alcântara.

A Colônia Santa Isabel foi fundada em julho de 1847, no km 43 da Estrada de Lages. Localizada acima da Colônia Vargem Grande, sobre o rio dos Bugres, tributário do rio Cubatão, dali se estendendo ao longo da estrada de Taquaras. O nome era uma homenagem à Princesa Dona Isabel, então jovem filha do Imperador Dom Pedro II.

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¹Enciclopedia Simpozio

 

O INGRESSO NA COLÔNIA

Dois meses após a chegada a Desterro, foram enviados para o outro lado da baía e alojados num grande rancho, construído de maneira rudimentar, todo aberto ao redor, provido apenas de uma cobertura de folhas de mato. Este grande rancho localizava-se nas proximidades de Santo Amaro do Cubatão (atual Santo Amaro da Imperatriz).¹

Formavam um grupo de 114 pessoas.

Demarcados os terrenos, cada família recebeu o seu lote. Homens solteiros recebiam 100 braças de frente por 1000 de fundos (200 morgos²). Chefes de família recebiam 125 a 200 braças de frente por mil de fundos, conforme a qualidade de dependentes. A distribuição foi em sortes e Johann Wilberth  recebeu a sorte n. 4.

Abriram uma clareira e construíram uma casa de pau-a-pique próximo a uma fonte de água. Aos poucos, abriram mais espaço no meio da floresta virgem, plantaram, colheram e desenvolveram a sua propriedade. Embora a terra fosse muito acidentada e pouco fértil, o clima e o solo eram propícios ao cultivo de arroz, milho, mandioca, batatas e feijão.

Os imigrantes deram à localidade o nome de Löffelscheidt, a Primeira Linha da Colônia Santa Isabel. O nome lembrava a aldeia do mesmo nome, no Hunsrück, de onde procediam alguns colonos.

Os imigrantes ficaram expostos à própria sorte naquela floresta virgem. Encontraram algum auxílio nas colônias próximas, como Vargem Grande e São Pedro de Alcântara. Posteriormente, o Governo Imperial, concedeu-lhes um auxílio diário de 160 réis, por habitante. Mas isto era tão pouco, que mal dava para matar a fome.

Mas não era somente a fome que estava levando os imigrantes ao desespero. Além da malária que era freqüente, em 1882 uma epidemia de varíola³ se fez presente com tal intensidade que matou dezenas de pessoas. Teve origem com a viagem de um filho de colono que foi vender produtos agrícolas em Desterro e voltou gravemente enfermo. Sem saber que se tratava de doença contagiosa, parentes e conhecidos, quando perceberam estavam contaminados.

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¹ Genealogia Sul-Brasileira

² Medida de cumprimento usada no Estado de Santa Catarina equivalente a 2500 m². Diziam os antigos que era a área que um homem saudável capinava durante um dia.

³ Classificada como uma das enfermidades mais devastadoras da história da humanidade, a varíola foi considerada erradicada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 1980. Era uma doença infecto-contagiosa e a transmissão do vírus ocorria de pessoa para pessoa por meio do convívio e geralmente pelas vias respiratórias..

 

A FAMÍLIA WILBERTH

Johann Wilberth, viúvo, casou-se na Colônia com Elisabetha PURTER SCHMITZ.

Nikolaus casou-se com Maria Katharina Wild (*25 Jul 1831-São Pedro de Alcantara (SC); +26 Jan 1895) Em 1891, aos 62 anos, está na relação nominal dos eleitores descendentes de alemães residentes em São Pedro de Alcântara. Faleceu em 30 de maio de 1894.

Anna Maria casou-se com Johann Joseph Back (*22 Sep 1829; +3 Aug 1853)

Anna (Maria) casou-se com Peter Lofi (*1828 Hermeskeil, Prússia)

 

PEDRO WILBERTH

Pedro Wilberth, nascido em 1862, era filho de Nikolaus Wilberth. Casou-se em 26/07/1888, com Cristina Berns, nascida em 1861, filha de Matthias Berns e Elisabetha Helena Voigt que moravam no Louro, Colônia São Pedro de Alcântara. O casal foi morar na Alta Varginha.

Pedro era carpinteiro e construía engenhos. Certamente aprendeu a construí-los no Louro, onde morava a família Berns, pois aquela era uma região de muitos engenhos de açúcar e farinha.

Conta Raulino Reitz que já em 1835, na colônia São Pedro de Alcântara havia muitos engenhos movidos a água e que o uso da energia hidráulica foi uma iniciativa dos colonos alemães, pois até então os engenhos eram tocadas a boi ou a mão (chama-rita).

Cristina era uma mulher ativa e de temperamento forte. Só falava hoch’deutsch (alto alemão) numa comunidade onde se falava o platt’deutsch (baixo alemão) . Ela não falava  (sim), goda Mória (bom dia!) ou schaffen (trabalhar), mas ja, guten Morgen e arbeiten. Afinal, entre os colonos, o hoch’deutsch era considerado uma língua superior, falado pelo Padre e por pessoas cultas.

Viajava a Florianópolis para tratar de uma herança da família na Prússia. Havia nomeado seu procurador, o Sr. Ernesto Vahl, cônsul da Alemanha na capital catarinense.

Mandou sua filha estudar num colégio de freiras em Florianópolis e para o filho, Roberto, uma educação aprimorada. Somente mais tarde, com a construção do Seminário Seráfico São Luiz de Tolosa de Rio Negro-PR, inaugurado em 03 de fevereiro de 1923, pôde realizar o seu sonho e mandar um neto estudar em Seminário.

Pedro, seu marido, faleceu em 1920. Com o início da construção da igreja de São Pedro de Alcântara em 1926, foi convidada pelo Pe. Bernardo Füchter para trabalhar na Casa Paroquial. Ali organizou e coordenou o trabalho de alojamento e alimentação dos trabalhadores na construção da Igreja.

Faleceu em 20 de maio de 1942, aos 82 anos de idade, sem ver a igreja oficialmente inaugurada e sem receber notícias da sua prussiana herança.

 

ROBERTO WILBERTH

Roberto, filho de Pedro Wilberth e Cristina Berns, nasceu em São Pedro de Alcântara. Casou-se com Maria Madalena Schveitzer, nascida em 04 de abril de 1893, filha de Henrique Schweitzer e de Maria Madalena Knies. Foram morar na Alta Varginha no mesmo município.

Roberto teve uma boa formação intelectual e religiosa. Em casa, uma pequena biblioteca. Teve que enfrentar a dura realidade da família e da colônia: plantar milho, batata, arroz, cana de açúcar e fabricar açúcar grosso. Mas nas faltas ou impedimentos da professora da Escola da Alta Varginha, ele a substituía voluntariamente, sem perceber qualquer forma de remuneração. A sua vocação não era a atividade agrícola, mas o ensino e o trabalho intectual.

Da sua biblioteca a família ainda guarda dois livros que sobreviveram à Campanha de Nacionalização de Getúlio Vargas e às mudanças da família:

1. Kurze Darstellung der Deutschen Geschichte von Friedrich Kohlrausch – Gütersloh. Druk und Verlag von C. Bertelsmann. 1894. Encontrado no http://books.google.com.br/ (ano 1867).

2. Das Jahr des Heiles: Klosterneuburger Liturgiekalender für immerwährenden Gebrauch. Von Pius Parsch. Klosterneuburg 1934. PubVerlag: Volksliturgisches Apostolat.

Roberto e Maria Madalena tiveram os seguintes filhos: José (Joseph), Antônio (Anton), Inácio (Ignas), Clemente (Clemens), Joana (Johanna), Anastácia (Tácia), Maria, Filomena (Mena), Lucas e Raimundo (Raimund).

Ele faleceu no dia 06 de novembro de 1939, aos 50 anos de idade e ela em São Pedro de Alcântara, em 15 de março de 1990, com quase 97 anos.

 

POSTSCRIPTUM

Bugres

Bugre é a denominação dada a indígenas de diversos grupos do Brasil, por serem considerados sodomitas¹ pelos europeus. A origem da palavra vem do francês bougre, que de acordo com o dicionário Houaiss possui o primeiro registro no ano de 1172 e significa herético, que por sua vez vem do latim medieval (século VI) bulgàrus.

Como membros da igreja greco-ortodoxa, os búlgaros foram considerados heréticos, e o emprego do vocábulo para denotar a pessoa indígena liga-se à ideia de inculto, selvático, estrangeiro, pagão, homossexual, e não cristão – uma noção de forte valor pejorativo.²

Os bugres eram vistos, portanto, pelos imigrantes como animais selvagens. Seu extermínio era a política daqueles que ocuparam as suas terras.

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¹ As Ordenações Afonsinas, primeira consolidação de leis em Portugal, feita no século XV, declaram que a sodomia é o mais torpe, sujo e desonesto pecado ante Deus e o mundo, impondo ao infrator que seja queimado até virar pó, para que não reste memória de seu corpo e sepultura.Wikipédia.

² Wikipédia.

 

Galegos

O imigrante alemão é chamado de galego pelos açorianos e descendentes que habitam o litoral de Santa Catarina. Galego, entretanto, é o natural ou habitante da Galiza, região que fica no norte de Portugal. Por motivos diversos havia animosidade entre galegos e portugueses e, por isso é uma ofensa chamar um homem português de galego. Este apelido ofensivo foi dado pelos açorianos aos imigrantes alemães que começaram a disputar com eles as terras e as riquezas do litoral de Santa Catarina.

Barrigas-Verdes

Para os catarinenses em geral, o termo Barriga-Verde é motivo de orgulho, pois lembra o famoso Regimento Barriga-Verde. Teve o Regimento de Linha da Ilha de Santa Catarina grande significação militar e política – uma história militar de cem anos. Sugerido pelo peitilho verde do seu uniforme, o corpo de tropas foi alcunhado Regimento Barriga-Verde. A partir dali passou o cognome ao povo catarinense em geral. A este termo, entretanto, os descendentes de imigrantes alemães da Colônia S. Pedro de Alcântara deram um sentido pejorativo para designar os açorianos habitantes do litoral do Estado. Kreenpans (barriga-verde, no dialeto) era o termo: um personagem de baixa estatura, barrigudinho e malandro.

 

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

 

GENEALOGIA SUL-BRASILEIRA. Genealogia Sul-Brasileira.

Disponível em:http://www.genealogiasul.xpg.com.br/pafn317.htm e http://www.genealogiasul.xpg.com.br/pafg442.htm.

Acesso em 13 abr. 2011.

JOCHEM, Toni Vidal. Imigração Alemã. Disponível em: http://www.tonijochem.com.br/vida_alemao_brasil.htm.

Acesso em 13 abr. 2011.

JOCHEM, Toni Vidal. Pouso dos Imigrantes. Florianópolis : Papa-Livro, 1992.

JOCHEM, Toni Vidal. São Pedro de Alcântara 1829-1999 – Aspectos de sua História. São Pedro de Alcântara, 1999.

JOHANN WILBERT. Johann Wilbert. Disponível em:http://santaisabelsc.tripod.com/id22.html.

Acesso em 12 Abr. 2011.

LONGKAMP. Longkamp on line.

Disponível em: http://www.longkamp.de/. Acesso em 12 abr. 2011.

PAULI, Evaldo. Enciclopédia Simpozio.

Disponível em: 

http://www.cfh.ufsc.br/~simpozio/portugue.html.

Acesso em 22 abr. 2009.

PHILIPPI, Aderbal João. São Pedro de Alcântara – A primeira colônia alemã de Santa Catarina. Florianópolis: Ed. Do Autor, 1995.

REITZ, Raulino. Santa Bárbara: Primeiro Núcleo de Colonização Alemã em Santa Catarina. Florianópolis; Editora da UFSC, 1991.

 

Fonte: http://familia-wilberth.blogspot.com.br/